domingo, 16 de setembro de 2012

danço

"Quando sinto medo meu corpo treme e eu me entristeço, quando danço meu corpo treme e eu estou em estado de euforia. Descobri então que não é a sensação a vilã mas o sentimento. Por isso agora danço sem medo."

terça-feira, 27 de março de 2012

Oração em ação de graças.

Em oração agradeço .
Existe alguém que ora por mim. Aleluia. E que recebe minha oração. Quem ora mutuamente recebe de Deus o presente de estar junto mesmo quando se está distante. De fazer da ausência presença constante, de fazer do coração comunicação. Quem ora mutuamente enxerga a luz que ninguém vê e deseja, sem sentimentos vãos, que o ser por quem se ora cresça em graça. Engraçado. Nunca pensei em dizer essas coisas para Deus. Provavelmente ele nem me ouve no momento. Esse é o segredo talvez. Quando as orações são mutuas, não se precisa do universo. Ela é um universo inteiro em si.

Obrigado senhor.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O Homem Infeliz.

Palavras soltas, onomatopéicas, fortes, estridentes. Eram faladas mas não eram ouvidas. Eram ditas por dentro. Algo esquizofrênico, paranôide, louco. Como lesmas, caminhavam pelo corpo. Por onde passavam provocavam dor, machucavam, cortavam, feriam. Fazia todo o caminho de tortura e terminavam na cabeça onde irrompiam em insuportável dor. O homem chorava, tomava café, fumava cigarro, olhava o orelhão azul que ficava na esquina de sua casa. Todos os vizinhos dormiam. Com certeza eram casados, com filhos, uma rotina estressante de trabalho, jantavam todos juntos assistindo a novela das 8, colocavam as crianças para dormir, fodiam a noite bem rápido para não acorda-las, terminavam a transa com um beijo e dormiam. O Homem era infeliz. As palavras soltas não o deixam dormir. Levantava da cama, deitava no chão, levantava do chão, bebia café, fumava cigarro, comia amendoim, olhava o orelhão azul que havia na esquina da sua casa. Ao lado do orelhão agora tinha uma mulher, cabelos pretos, salto alto, bolsa pequena nas mãos, vestido tão curto que poucos saberiam se era vestido ou blusa, calcinha enfiada no rego e de batom vermelho sorria. Caminhava como uma modelo na passarela. Sorria para ninguém, acenava para os carros que buzinavam, cheia de sí nem parecia meretriz. O homem pensou o quão infeliz era sua vida e aquela meretriz era um escárnio sobre sua mazela. Pensava em como pode ela sorrir e ele tomando seu oitavo café e fumando o ultimo cigarro de seu maço. Assim que aquela afronta lhe passou por debaixo da janela, o homem gritou
-MERETRIZ. Sai da rua meretriz. Respirou fundo, sentiu-se vingado.

A mulher suspendeu mais o vestido e num espetáculo de movimentos corpóreos, dava tapas em sua vagina e gritava :

- Não sou metriz, SOU PUTA. Entenda seu filho da puta. PUTA SEMPRE VAI SER PUTA, VIADO SEMPRE VAI SER VIADO E CORNO SEMPRE VAI SER CORNO.
Abaixou o vestido e continuou seu caminho. O homem continuou infeliz, porém depois daquela cena, as palavras torturadoras calaram-se, apagou o cigarro, deu a ultima golada no café, desligou as luzes e dormiu.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Eu não acredito em nada disso.

Eu queria sinceramente acreditar nisso tudo. Seria mais fácil, mas não seria eu. Não sei se com todo mundo é assim, mas às vezes me sinto fora do lugar como se boa parte das coisas que me apresentam não fizesse sentido. Já houve tempo em que ficava assustado, que entendia que precisava me adequar ao todo, que tinha que ver sentido no que me parecia sem. Hoje sei que não é isso, é quase que um impulso de vida para a criatividade, para a construção do novo, tem gente que é dotado disso e eu me sinto um desses. Não como alguém especial, todo mundo tem isso, mas sinto isso forte em mim. Se for bem utilizado esse potencial de criação pode ser maravilhoso, mas se suprimido, como vim fazendo há bastante tempo, pode trazer depressão, angustia e sensação de não pertencimento ao mundo. O que sinto é que esse ano será um ano de criação onde deveremos caminhar para a frente, assumindo as responsabilidades por aquilo que se constrói. Como já havia dito, não sei vocês mas eu estou cansado do velho. Feliz 2012.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Entre a Gaiola e a (i)moralidade.


A Imagem acima foi postada no facebook, seguida do seguinte comentário:

“EU VI LI, MAS AINDA NAO CONSIGO ACREDITAR QUE ISSO POSSA SER VENDIDO SEM RESTRIÇÕES, IMAGINA A PRÓXIMA GERAÇÃO... PREUCUPANTE (sic)!!!”

O comentário citado foi seguido por tantos outros falando sobre moralidade, infância, falta de vergonha, desrespeito a mulher, valores e bons costumes, todos assuntos importantes de serem discutidos e avaliados.
A sexualidade e os conteúdos que a ela se referem estarão sempre ligados ao ruim, ao pecaminoso e ao imoral, sendo qualquer expressão dela pura e extintiva (sem ser amortecida pelo romance, pelo amor) causadora de repulsa, angustia, medo e uma série de outros sentimentos e sensações desagradáveis. Por isso são entendíveis os comentários e a preocupação dos usuários da rede social.
O sexo e a sexualidade, apesar de fazerem parte de todo processo de crescimento e amadurecimento do sujeito como escreveu Freud em “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, fazem parte do mundo adulto e são eles também ( os adultos) responsáveis por orientar as crianças e adolescentes com relação ao tema não permitindo o acesso informações que julguem não pertinentes para aquela faixa etária, não cabendo ao artista esta responsabilidade. A expressão artística (goste você esteticamente dela ou não) não deve ser julgada moralmente. Proibir uma expressão é tão ruim quanto tentar barrar a corrente de um rio afim de que o mesmo pare. Pode funcionar em curto prazo, mas teremos sérios problemas quando a barragem não agüentar a pressão da água. Se ela canta músicas com conteúdo sexual, existem pessoas que gostam e se expressam através dela. É gentil da nossa parte ouvir o que a massa está dizendo e pensar eticamente no conteúdo que está sendo passado. Julgar e desesperar-se não possui nenhum efeito prático. Cabe-nos também refletir o porque tal conteúdo nos afeta tanto.
O mais importante ao final, é lembrarmos que o moralismo, os valores sociais hiper sólidos e a falta de respeito com a expressão do outro são muito mais causadoras de morte e sofrimento que qualquer conteúdo sexual expresso artisticamente.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Apenas para voltar a escrever

Hoje recebi a catarse emocional que tanto precisava. Parece que os desejos foram alavancados. Por alguns instantes me mantive inerte, como qualquer ser quando tem sua intelectualidade e criatividade posta a prova. Precisava de uma mexida como a que recebi hoje. A minha sensibilidade como sempre muito forte sempre me avisa das coisas que estão por vir e meu ceticismo não me permite acreditar. Mais uma vez um tapa na cara. E uma sacudida para que eu acorde e consiga seguir o meu caminho.
Não sei vocês, mas eu tenho a impressão de estar sempre na contramão das coisas. Como se o mundo inteiro tivesse vindo contra. Não digo o mundo “mundo” mas as energias do mundo. Obviamente as energias contrarias que por alguns instantes parecem ser maiores que as favoráveis.
Quem vai na contramão do mundo precisa ter força que confesso muitas vezes não tenho, mas é preciso seguir.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Acordei meio assim

Não façamos da vida algo supérfluo e sem futuro. Não caiamos na tentação do prazer hedonista como desculpa para viver nadando por cima do mar das emoções. Só no profundo da alma é que se encontra o que temos de realmente valioso. Todas as outras coisas perdem sua importância quando estamos na nossa alma. Ficamos surdos para o mundo e conseguimos ser felizes quando enfrentamos o medo de nós entregarmos aos desejos profundos.
É assim que pode ser. Assim deve ser. Assim é a verdade de ser. Acordei assim e que assim seja.