terça-feira, 23 de março de 2010

A Roda

A Roda. Traz consigo idéia de movimento, evolução, mudança. Sua imagem tem povoado meu imaginário ultimamente. Sempre girando. Um moinho d’agua, uma roda de trem, um aro que desce o morro. Tudo Roda. A terra é circular e gira no entorno do seu próprio eixo e por sua vez roda no eixo do sol, assim como os outros planetas também rodam. Eles evoluem na mesma dança sincrônica. É maravilhoso como algo tão simples pode ser objeto de tamanha reflexão.

É assim que nos sentimos (Eu me sinto), uma roda girando para chegar ao desconhecido e com o eixo um tanto quando instável e pequeno que muda de ponto fixo virtualmente. O que me traz um certo desequilíbrio. Não saber onde se vai chegar não é o problema. Ninguém sabe. Só vamos em direção ao desconhecido. Mas para isso é importante que o ponto do eixo seja fixo. Só assim a vida pode se desenrrolar sem desequilíbrio. Harmonicamente.

Instrumento dos demônios. Instrumento do anjos. Só isso pode explicar a rotação da roda da vida. A momentos que se está encima e outros que se esta em baixo. Oscilam-se emoções sentimentos e pensamentos. As vezes vemos tudo rodando. O mundo gira, a bola de futebol e a Bailarina giram para entreter, rodopia-se de felicidade e quando se é criança querendo brincar.

É obvio que eu não fui o primeiro a fazer analogia entre a Roda e a vida. E quem fez antes e me inspirou (e me inspira sempre) escreve bem melhor que eu. Francisco Buarque de Hollanda na música Roda Viva fala muito bem sobre como nossa vida gira. Como o que nos é certeza hoje pode ser a dúvida de amanhã. Como não fazemos nada além de viver o desconhecido, o instável. Nós construímos certezas, montamos projetos, acreditamos ser donos do próprio destino, “mas eis que chega a roda viva E carrega o destino prá lá ...” E assim a vida se desenrrola.

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