sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Entre eu e os meus espiritos

Em questão de religião sou filho da típica família brasileira. Pede-se ajuda a todo mundo quando a coisa aperta e depois não sabe se agradece, a Buda, Maomé, ou a Geová. Por isso já tive contato com muitas religiões, Cristãs, espíritas e espiritualistas.

Nunca fui dado a macumba. Sempre tive maior respeito a todas as formas de expressão religiosa e inclusive já visitei terreiros de mesa branca, azul, vermelha, multicoloridas mas nunca fui muito familiarizado com o espiritualismo afro brasileiro. Porém acho que esse tipo de coisa é genética, pelo menos para mim, que mesmo não sendo médium tenho sempre uma entidade desconhecida querendo usar do corpo.

Não sei se o mesmo acontece com vocês. Sempre me vejo as voltas com pensamentos e sensações que não são bem as que eu gostaria de ter. Desejos estranhos que não condizem com o que eu realmente penso naquela situação. As vezes tenho vontade de beber e de fumar, de esbofetear alguém que me irrita, de fazer sexo sem parar com toda sorte de gente, de imaginar como seriam pessoas sem o menor atrativo sexual nuas, de comprar um pacote de jujubas coloridas e comer sozinho, de parar tudo e ir morar na beira do mar, de me integrar a natureza, de desejar o mal a todos, de desejar o bem a todos, de trocar de carreira.

Identifico em cada desejo louco, dentre os deuses e deusas das muitas religiões, dentre estas o espiritualismo africano. Os Eres, Exus, caboclos, orixás e santos, sempre apresentam algumas dessas particularidades, que se presentificam nessas situações. Esses espíritos obicessores parecem querer tomar meu corpo e realizar o desejo que não é meu. Ou será que sou quem realmente desejo e não aceito?

Na verdade acredito que cada um de nós é templo de toda sorte de espíritos. Sejam eles maus, bons, perversos, homens, mulheres, crianças, santos, pagãos. A questão é que somos nós os pais de santo do nosso terreiro e cada espírito deve se manifestar na hora que for mais conveniente para nós. Por isso recomendo muita cautela para escolher as nossas facetas “espirituais”.

Eis então algo de bom de ser brasileiro. Pela nossa pluralidade cultural, temos um maior numero de santos para se fazer manifestar quando nos for conveniente. Inclusive o espírito da ironia.

2 comentários:

Daniele disse...

Ownn fofuraa...soh pra dizer que a prima sempre passa por aki. um Bjin.

Otávio Lago disse...

Eu não sei lidar com quem está chorando...
Sempre preferi deixar a pessoa no canto dela, mas às vezes há um impulso invisível que nos faz querer confortá-la...
E eu acabo ficando irritado com as lágrimas alheias (por não saber fechar o registro da água).