sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Um salve para a hipocrisia

Hipocrisia. É a palavra que define a demissão noticiada esta semana.Com o Título “Professora da Bahia é demitida após vídeo sensual cair na web, diz advogado”,
a nota fala sobre uma mulher que após ter um vídeo seu dançando postado na internet, foi convidada a sair da escola em que lecionava, porque os pais dos alunos sentiram-se constrangidos com as imagens.
Noticias como essas já não são novidade e não me causam espanto. Por duas vezes já comentei publicamente sobre questões parecidas. Uma delas no caso do Jogador Elano que pedia desculpas por praticas sexuais e no caso e um outro professor, que foi demitido por escrever poemas e contos eróticos . O que me causa espanto e me causará enquanto eu ler e ouvir noticias como essas é a hipocrisia em casos que de alguma forma envolvam sexo. Qual a dificuldade de entender que a sexualidade faz parte do humano? E que este será professor, padeiro, prostituta, freira ou qualquer outra profissão e a sexualidade fará parte dele. É inadmissível que as pessoas continuem a ser marginalizadas por expressar publicamente e em local adequado qualquer comportamento sexual.

O advento das maquinas, celulares, chaveiros, canetas, cortadores de unha que filmam, fotografam e fazem o diabo tornou-se o inferno astral do nosso século. Não tem um lugar que você vá que não tenha alguém com um bendito de um aparelho pronto para retirar um pedaço da sua privacidade. Esse não é o problema real. Que filmem e fotografem tudo. A questão está em saber que alguém possui sexualidade e envolvidos de um puritanismo hipócrita marginalizar o mesmo, como se nenhum dos que marginalizam possuíssem seus desejos e fantasias sexuais. Como se ser humano fosse errado. Tenho duvidas quanto a procedência dos filhos de quem se choca com a sexualidade alheia. Se os pais escandalizam-se com sexo, como conceberam então essas crianças? Ou será que o problema não está no sexo e sim em saberem que você também tem sexualidade.

Não estou para Pedro de Lara, logo não pretendo entrar numa de julgar se a dança que a professora fez é bonita ou vulgar. E se foi vulgar? As pessoas tem direito de serem vulgares onde isto lhes é permitido.
Por fim fica a indagação: Até quando o comportamento sexual das pessoas será parâmetro para imprimirmos julgamentos? Espero eu o dia em que o humano poderá ser somente humano e não serei obrigado a ler desculpas de jogadores de futebol, princesas, apresentadoras de TV, professoras, meretrizes, gogoboys por terem comportado-se como tal.

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