sábado, 23 de janeiro de 2010

Nascer, viver e morrer

O homem nasce, cresce reproduz e morre. Eis uma das maiores mentiras ensinadas para as nossas crianças na escola.

Parece que fazemos parte de um sistema linear onde tudo está previsto e tem que acontecer dentro de regras estabelecidas anteriormente. Como se de alguma forma a vida fosse cartesiana, o que há tempos já sabemos tratar-se de uma inverdade.

Agente nasce se não formos abortados, crescemos se não morremos vitimas dos males do mundo, nos reproduzimos se quisermos constituir uma família ou se quero que meu namorado nunca me abandone e morremos sabe se lá por qual motivo. E nesse meio tempo agente ri, chora, assiste big brother, ama, se casa, se separa, faz sexo compra roupa que nunca vai usar. E vamos vivendo como se de alguma forma estivéssemos no caminho para chegar a algum lugar. Mas aonde? O que ganharam os que cresceram, estudaram, casaram montaram sua família, fizeram macarronada domingo para o almoço? Ganharam felicidade se era isso que eles gostariam para sua vida ou uma vida bem chata caso fizeram isso para alimentar um desejo que não era o deles.

O bom de perceber tudo isso é que descobrimos que a chave do viver está exatamente na não linearidade dos fatos, na não existência de coisas concretas e que as regras somos nós mesmos quem fazemos .Querendo ou não somos os responsáveis pelas nossas escolhas. Encerro com uma frase de Sartre: “Um amor, uma carreira, uma revolução: outras tantas coisas que se começam sem saber como acabarão” E não sabemos mesmo.

Um comentário:

Cássio V. Coutinho disse...

Gostei do post, mas esse conteúdo seria muito complexo para ensinar às crianças no colégio. A ordem natural e esperada das coisas é o que se ensina no colégio. Se vai ser mentira ou não, depende do rumo que levar a vida de cada um.