sábado, 11 de dezembro de 2010

Guerra nas estrelas



Há muito não escrevo aqui, e como sempre pretendo voltar a escrever com mais freqüência, mas os 140 caracteres do twitter tem me deixado viciado em textos mega curtos e desconexos. Preciso conseguir administrar as duas ferramentas.

No meio de muitos temas que apareceram nesses últimos tempos um me chamou a atenção, a agressão contra jovens homossexuais em São Paulo. Não pretendo aqui falar sobre homofobia e direito civis dos homossexuais ( Não porque não julgo importante, mas porque pretendo falar sobre isso em textos diferentes). O que pretendo expressar é o meu não entendimento do porque alguém aparentar ser homossexual mereça levar um golpe de lâmpada fluorescente no rosto sem chance de defesa. Que medo é esse que faz com que um jovem rapaz reconheça no outro o rosto ameaçador do inimigo que merece ser derrotado?

Ao ver a cena da AV Paulista me veio em mente cenas do Filme “Star Wars” onde herói e vilão lutam com seus sabres de Luz. Uma luta mais justa e com mais objetivo do que a da Paulista. Nela vilão e herói possuem armas e sabem muito bem cada qual o seu papel. Em São Paulo, o vilão achou-se herói e dentro do seu heroísmo acreditou ser o melhor para o mundo deferir um golpe com seu sabre de luz improvisado no rosto do inimigo. “Exterminei o inimigo e ele nunca mais será como antes, nunca mais ira mostrar sua face Maculada e pecaminosa no meio dos bons mortais”. Pensou o agressor.

Luke em Star Wars não sabia, mas o inimigo contra quem tanto lutou (Darth Vader) era na verdade seu pai Anaquim ou seja aquele inimigo ameaçador era na verdade 50% da carga genética que ele possuía, metade do material Genético que havia dentro do seu corpo. Deferir um golpe contra aquele vilão, era como matar uma metade sua, metade a qual ele não queria ser apresentado ( Quem não tem medo dos seus vilões).
A quem o jovem quis atacar? Ao rapaz desconhecido ou talvez a uma parte sua sombria e fantasiada de vilania?

Sem querer cair na falácia de que todos que apresentam posturas contra a homossexualidade são homossexuais enrustidos (pode ser mas não é sempre e acredito que não seja a maioria) Mas todos nós temos um pouco de cada coisa que existe no mundo na nossa formação de personalidade. O desejo é um só. É uma potência única que se molda e se expressa através do que adquirimos como simbolização e linguagem.

Ao colocarmos no lugar de sombrio nossas próprias coisas faz com que expressemos de modo agressivo contra o semelhante aquilo que em nós rejeitamos.
Como nós disse o maravilhoso e talves o maior estudioso da alma humana de todos os tempos o psiquiatra Austríaco C. G Jung : "Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma compreensão sobre nós mesmos."
( Carl Gustav Jung )


E então quem é o seu vilão?

2 comentários:

rafael disse...

É realmente uma questao que gera milhoes de explicaçoes. Pra mim, existe apenas uma. INUMANIDADE! Munido de liberdade poética, para me isentar do erro caso a palavra nao exista, exprimo o desejo de grifar, que se algo assim é feito, não é um ato humano, pois vai contra toda realidade para mim experimentada e apreendida, dizimar a propria espécie, afinal, todos nós somos lobo mau, mas todos nós tambem sómos vovozinhas.

Macário disse...

Arrasou no post!