quinta-feira, 11 de março de 2010

Ensaio sobre a Expressão sexual

Alfredy Kinsey, é considerado pai da sexologia. E seus estudos até hoje servem como base para pesquisas na área. No mais importante deles publicado em 1973, Kinsey lançou uma luz sobre como é grande a possibilidade da expressão sexual humana. Com este estudo inclusive conseguiu tirar (ainda que com a resistência dos setores conservadores da época) a homossexualidade da lista de doenças da OMS.Além disso listou em 8 os possíveis comportamentos sexuais humanos, fixando-os em:

· heterossexual exclusivo;
· heterossexual ocasionalmente homossexual;
· heterossexual mais do que ocasionalmente homossexual;
· igualmente heterossexual e homossexual, também chamado de bissexual;
· homossexual mais do que ocasionalmente heterossexual;
· homossexual ocasionalmente heterossexual;
· homossexual exclusivo;
· indiferente sexualmente.

O estudo de Kinsey sofreu muitas críticas pela forma em que foi conduzido e hoje é considerado defasado por alguns profissionais. No contexto em que encontrava-se a sexualidade, retirá-la da dualidade Céu(heterossexual) / Inferno (Homossexual) Para possíveis 8 formas de expressão, foi de extrema importância para expandir a visão que reinava nas mentes da época.

Hoje dentro da minha visão que pouco tem de cientifica e muito de humana, não agrega-se valor nomeando ou catalogando o comportamento humano, principalmente o sexual. Deveríamos sim considera-lo como mais uma forma de expressão (como já são entendidos a fala, a arte, os movimentos corporais, os sonhos)

A questão começa na normose social de entender a sexualidade como pré existente ao homem. Como se antes do humano se constituir humano a sexualidade já existisse e ele tivesse que se enquadrar no pré estabelecido. O que Racionalmente não é viável, já que a sexualidade humana vem sendo construída desde que o homem se constituiu consciente e é exatamente esta construção que se expressa de forma singular em cada um de nós.

Não pretendo aqui dizer é equivocado criar-se grupos de identificação entre semelhantes. O que não se pode é regrar a sexualidade como se houvesse uma barreira entre as pessoas que as dividissem. Segregação. Até porque dentro desses grupos de se nos aprofundarmos na forma em que expressa-se a sexualidade de cada individuo teremos de criar cada vez mais subgrupos (Vide a Sigla GLS, que cada dia adquire mais uma letra, cada dia exibe mais a diversidade) Até chegarmos únicamente a expressão sexual mais profunda e subjetiva de cada um.

Ainda que usando as 8 classificações de Kinsey existirão outras 1.000 possíveis. Ou como chamaremos a menina hetero que gosta só de beijar meninas, o homem que gosta do coito com homens e relacionamentos afetivos com mulheres, do menino que só gosta de beijar e não sente prazer no coito, da mulher que gosta de travestis, dos casais que sente orgasmos pintando quadros, das mulheres que viraram homens, se casaram e uma delas está grávida(grávido?), dos Serginhos de Reality shows que dão encima de ex namoradas de evangélicos, a minha amiga que tem uma constelação de vibradores. Além disso tudo, onde estaria enquadrado você e toda sua liberdade de expressar-se como bem entender?

Por fim, isso me rememora o grito de “liberdade de expressão” entoado pelos jovens estudantes na época do golpe militar no Brasil. Sorte nossa que a ditadura de hoje não é tão violenta a nível físico e que a luta por liberdade de expressão (neste caso a sexual) deve partir de nós mesmos.

3 comentários:

Renan disse...

cara, a tristeza disso tudo é perceber que provavelmente morreremos sem ver isso acontecer...

@Bubucouto disse...

O estudo da Sexualidade AHaHuuhahua

Luiz Otávio disse...

Adorei o texto, vc soube falar muito bem sobre um tema tão complexo