domingo, 23 de maio de 2010

Para falar de {in}tolerância

Tolerância foi a palavra que pulou sob minha face durante essa semana. Todo dia fui colocado junto ao tema. Vivendo pessoalmente, na Internet, noticias, ouvindo conversa alheia no transporte coletivo. Mais uma vez a vida me mandando recado para que eu pudesse refletir sobre algo importante.
Segundo Locke Tolerância é parar de combater o que não se pode mudar. Conceito muito importante. E não difundido pela maioria. As pessoas perderam a noção do que é tolerar e refletir e começaram a querer convencer o outro de que a sua opinião é a mais valida e a mais correta. E qualquer uma outra opinião é imbecil.
O ultimo fato que me fez pensar sobre isso. Foi um vídeo em que humoristas do programa “pânico na TV” foram agredidos (verbalmente e com água) por um grupo (aparentemente político) que participava da “marcha contra homofobia” em Brasília. Algumas dessas pessoas argumentaram de que aquele era um evento sério e por isso não cabia ali um grupo de humoristas. Pois bem. Humor nunca foi o contrario de seriedade e sim de “mal humor”. Existe no mundo e principalmente no Brasil uma normose de se acreditar que coisas sérias não podem ser leves, engraçadas e prazerosas e que tudo deve ser conquistado na base da luta com punhos cerrados. Pensamento atrasado.
Homofobia é assunto serio sim( apesar da banalização do termo). É uma questão de direitos humanos. E deve ser tratada com toda seriedade possível. E seriedade é algo que vem da alma e nada tem a ver com a forma em que ela aparece.
O Programa como todo programa de humor exagera até porque é no exagero que se encontra a piada e muitas vezes se perdem chegando a ser grosseiros.
O grupo que luta contra a homofobia na sua maioria composto por homossexuais não quer ser piada. E não são uma piada (como muitas vezes se é entendido) são pessoas comuns lutando comumente pelos direitos humanos. Muito justo. Mas perderam a oportunidade de levemente mostrar isso ainda que para um programa de humor( Aqueles que participaram da agressão).
Se por algum motivo isto ainda é visto como piada é importante que se mostre também quando o homossexual não é engraçado, quando ele é cidadão comum. O Humor fala exatamente desses homossexuais que são engraçados ou de questões engraçadas desse grupo, como serve para colocar uma lente de aumento em tudo que é engraçado em todos os grupos e situações. Percebo que quando não se é engraçado junto com a graça desaparece a questão da expressão sexual ( Escrevo depois sobre isso). Ninguém fala por exemplo de Renato Russo em piada e fala-se pouco de sua homossexualdiade.
O chiste é um recurso usado quando queremos falar algo sério mas dizemos em tom de brincadeira para que não seja entendido de forma ofensiva por quem ouve. E na brincadeira, na leveza do humor saudável muitas questões interessantes podem ser levadas para discussão pública. O que não é visto pode passar a ser visto. Os excessos podem ser cortados e o discurso e o dialogo podem correr livremente.
Como sempre só mais uma opinião que pode somar-se com outras em tom de debate sem problemas. E essa não é uma postagem de defesa de ninguém apenas exposição de idéias. Ninguém é obrigado a gostar de nada e cada um tem sua opinião sobre programas de TV.
E fica como reflexão, fogo nunca poderá sera apagado com fogo, água nunca irá conter água e intolerância a formas de visão diferentes das nossas nunca irão frear a intolerância quanto aos nossos pensamentos.

2 comentários:

R. Fermamdes disse...

Eu acho que a problemática do homossexualismo, de fato é a expressão sexual. Alguns gays não querem ser descriminados por serem extravagantes, mas nessa sociedade atual, extravagâncias são descriminadas ou satirizadas com qualquer qualquer opção sexual -Monique Evans é satirizada mesmo sendo hétero- ACHO que um homossexual com um comportamento normal*, é menos descriminado do que um gay extravagante... Mas ainda não consegui pensar em soluções concretas pra findar a homofobia...
*Não sou a favor desse comportamento normal que é pregado pela sociedade hoje em dia.

Luiz. disse...

Na verdade não é a questão da expressão sexual. É a "expressão pessoal". O que eu não entendo é porque não pode ser exagerado e porque não pode ser satirizado (quando com motivos)